segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Jornal tunisiano escreve que Estádio da Machava foi “cemitério” do sonho da sua selecção


Um jornal tunisino, o “
Le Renouvveau”, lamenta a forma desastrosa como a selecção da Tunísia actuou, sábado, no Estádio da Machava, em Maputo, no jogo diante da sua congénere moçambicana, a contar para a última jornada de qualificação conjunta para os campeonatos mundial e africano de futebol, que se realizam em 2010, na áfrica do Sul e Angola, respectivamente.

Na sua edição de ontem, o “Le Renouveau” afirma que, para a Tunísia, o Mundial já se foi e o Estádio da Machava permanecerá
por muito tempo um “cemitério” onde foram enterradas as esperanças tunisianas.

“Diante de um Moçambique subindo em bloco e que mereceu o seu sucesso, ontem, o regresso a casa (Tunísia) foi tão brutal, tão cruel e tão doloroso, porque o público desportivo tunisiano há muito tempo que vinha alimentando sonho de se qualificar para o quarto Mundial”, afirma o jornal editado em língua francesa.

A Tunísia não é o Brasil, sem dúvida. Mas o seu futebol merece mais. Uma selecção que se apresentou, durante os 90 minutos, ora optando por jogo de balão, ora correndo atrás dos moçambicanos, os quais de repente pareciam ter descoberto uma alma e uma vocação de brasileiros da África, melhor resultado não seria de esperar, senão a derrota”, critica o jornal.

Segundo aquela publicação, as “águias de Cartago” vão procurar vários argumentos para justificar o anti-jogo, como, por exemplo, “a pressão, piso sintético e falta de concentração”.

“Infelizmente, não fizeram nada para forçar o destino, exprimindo um jogo incaracterístico, lento, incoerente e de um inconsolável aborrecimento”, escreve o jornal, para quem não se vai reescrever a história em si, do tipo: “E se Darragi fosse alinhado de início”, “e se Khaled Souissi, ultrapassado
regularmente, tivesse sido deixado no banco de suplentes…”.

De acordo com o articulista, esta não é a hora dos “processos”, porque dentro de dois meses arranca a fase final do CAN, em Angola, para a qual a Tunísia foi apurada, daí que um excesso de nervosismo e uma análise insuficientemente lúcida “podem deixar um grupo jovem numa noite profunda”.

Numa análise ao jogo, o jornal elogia a forma como o combinado moçambicano montou o seu sistema táctico, em que a característica principal foi “prudência, jogo em bloco e defesa em linha”.

Diz mesmo que os Mambas se apresentaram no terreno sem complexos e tomando a iniciativa do jogo, no qual “o velho leão Tico-Tico parecia reencontrar as pernas dos seus vinte anos de carreira”.

A única unidade tunisina que o jornal elogia é o “keeper” Mathlouthi, que, por várias vezes, de acordo com o seu articulista, teve que se aplicar ao extremo para travar as investidas de Tico-Tico e Dário Monteiro e, mais tarde, de Gonçalves Fumo.

Destaca também o remate de cabeça de Dário Khan que fez estremecer Mathlouthi e a sua defesa. “A pressão moçambicana acentuava-
se, apesar da reentrada de Ali Zitouni, que se juntou a Fahid Ben Khalfallah na ala direita, e que Dário Monteiro, colocado a ponta-

de-lança, continuava a perigar a existência do duo defensivo tunisino Ghezal-Haggui”, descreve o jornal, elogiando, em suma, toda a equipa moçambicana.

Fonte: O Pais

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